sábado, 25 de agosto de 2007

É samba que vocês querem? Lá vai!
Por Jader Pires


Sim, ele estava lá.
Vestindo um terno marrom e com cabelo emaranhado, Rodrigo Amarante subiu ao palco às 22:10 do dia 23 à frente da Orquestra Imperial e abriu o show com a música O Mar e o Ar, do primeiro álbum do grupo intitulado Carnaval Só o Ano Que Vem.

Sim, eles estavam lá.
Órfãos da banda Los Hermanos compareceram em peso para matar saudades e ver (ou rever) o ruivo em ação. E ele assim o fez, mas não sozinho.

O show aconteceu num Citibank Hall lotado, porém morno. O público parece não ter entendido a proposta da banda de retomar os velhos bailes de gafieira recheados de casais dançando agarradinho, embalados pelo som contagiante dos metais e das percussões. Pessoas formavam um amontoado virado para o palco disfarçando passos falsos e pulinhos discretos afinal, as músicas não eram muito propícias para uma versão mais rock de curtir um show.

Mas no palco a coisa era bem diferente. Os 18 músicos subiram ao palco tranqüilos (na verdade a banda é formada por 19 músicos, mas Pedro Sá está no momento em turnê com Caetano Veloso) e iniciaram um baile que parecia fadado ao marasmo. Canções mornas começavam a dar o tom da festa, tom esse que mudou em pouco tempo.

Após algumas músicas, o show se transformou em uma grande festa, principalmente pelo ânimo da banda em cima do palco que estava completamente despreocupada com presença ou performance. Lá em cima a ordem era de diversão e descontração, o que surpreendeu devido à qualidade do som apresentado (por parte da banda, porque a casa falhou deixando as vozes baixas por um tempo e provocando algumas microfonias). Músicas como as divertidas Ereção, Supermercado do Amor e Yarusha Djaruba agitaram o salão e mostraram que o ótimo álbum Carnaval Só o Ano Que Vem caiu nas graças do público que nesse momento já se mostrava mais descontraído e determinado a sacolejar com a mesma alegria que imperava no palco.

Rodrigo Amarante ficou bom tempo como coadjuvante, ajudando na percussão e dando espaço para as musas da banda: Thalma de Freitas e Nina Becker. A presença feminina no palco deu o ar da graça com deslumbrantes vestidos dourados, danças sensuais e vozes muito talentosas. Os outros músicos da banda também não deixaram a desejar: Rubinho Jacobina, Domenico, Kassin (que também é o produtor do álbum) e o “mestre” Wilson das Neves deram conta do recado nas quase três horas de show. O palco fervia de empolgação e borbulhava de participações pra lá de especiais: A Orquestra Imperial trouxe ao palco nomes como Jorge Mautner e seu violino e também ótimo guitarrista Lanny Gordin, expoente da Tropicália que já gravou álbuns de Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Rita Lee.

Para o grupo de músicos consagrados, em carreiras-solo ou em grupo, a Orquestra Imperial começou como uma brincadeira e acabou virando coisa séria, para a felicidade tanto da banda quanto do público que pode desfrutar de momentos muito agradáveis ao som da trupe carioca. É colocar o chapéu na cabeça, lustrar os sapatos e aproveitar o que o gênero tem de melhor a oferecer: boa música, boas conversas e promessas de noites interessantes.

10 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Interessantíssimo! Quando vai ter de novo? Parece que não posso perder esse espetáculo também!
beijos

25 de agosto de 2007 às 08:49  
Blogger J. disse...

ficou do cacique, hein!? :D

tem futuro, esse rapaz... :P

25 de agosto de 2007 às 10:26  
Anonymous Anônimo disse...

orra ai sim em ficou extremamente profissional
su mesmo mt bommmm
abraço!

25 de agosto de 2007 às 13:59  
Blogger rozaxoke disse...

Oiaaa ki xike hein benhêee??rs

Ficou mtoo bom!! Parabéns, q essa seja a 1º de mtaaaaaas matérias...

Bjão

26 de agosto de 2007 às 09:18  
Anonymous Anônimo disse...

Sim, ele estava lá.
Sentado na frente do computador, no seu quarto desarrumado, numa noite inspirada, começou a digitar suas frases de impacto.

Sim, nós etamos aqui.
Amigos dessa figura única, interessados nos novos caminhos que ele seguirá, comparecemos em peso para ver (pela primeira vez) o inglês em ação. E ele assim o fez, mas não sozinho.

Muito bem escrito meu rapaz. Você escreve de uma forma séria, digna de respeito, mostrando bastante profissionalismo.

Apesar de tudo isso achei que você tem uma forma agressiva e interessante de escrever muito parecida com sua forma de falar e de pensar. Isso provavelmente resultará em uma forma de escrever bastante pessoal, algo louvável no meio jornalístico que você entrou.

Agora somos oficialmente inimigos.

Um abraço com faca nas costas.

kiko

26 de agosto de 2007 às 19:19  
Blogger Bruna disse...

Gostei.
Da matéria, do conteúdo, do escritor. rs
Ficou bom.

beijo

27 de agosto de 2007 às 23:47  
Anonymous Anônimo disse...

Agride.
Envolve.
Agride.
Apaixona.
Agride.

E apaixona de novo.

De quem ama eternamente seu trabalho!

A.M.

28 de agosto de 2007 às 00:25  
Anonymous Anônimo disse...

Esse é meu pintão...

Como o Kiko disse, eu li escutando sua voz em minha cabeça, isso é ótimo...
Acho que vc deveria tentar seguir carreira, ja pensou em estudar sobre o assunto???hahah
Sei lá, afinal, nme parece banco mesmo!!!

Bejão muleke ....orgulho de ti pintão...

paz e amor meu jovem...

31 de agosto de 2007 às 13:00  
Anonymous Anônimo disse...

Jader, texto legal, hein?! Pela forma e pelo conteúdo! Espero pelos próximos. Beijo!

2 de setembro de 2007 às 17:39  
Anonymous Anônimo disse...

Muito bom. De deixar com vontade de ir.
Em seu outro blog eu sempre critiquei alguma coisa. Por�m, sem rasalvas dessa vez.
um abra�o.

8 de setembro de 2007 às 20:56  

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